A partir da década de 90 as
discussões referentes a educação das pessoas com necessidades especiais
começaram a adquirir alguma consistência, face às políticas anteriores de
caracterizadas pela descontinuidade e dimensão secundária. A nova LDB 9.394/96
em seu capítulo V coloca que a educação dos portadores de necessidades
especiais deve se dar de preferência na rede regular de ensino, o que traz uma
nova concepção na forma de entender a educação e integração dessas pessoas.
Mas,
o mero fato de constar em Lei, não significará muito se as ações ensejadas para
a inclusão das pessoas com necessidades especiais não sejam planejadas e
estruturadas de modo que elas tenham seus direitos plenamente respeitados.
É
urgente que pesquisadores e educadores concentrem esforços para discutir e
pesquisar essa temática, em todos os níveis e modalidades de ensino.
Fragmento
do Texto da Lei 9394/96: Educação Especial
CAPITULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 58. Entende-se
por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de educação
escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.
§ 1º Haverá,
quando necessário, serviços de apoio, especializado, na escola regular, para
atender às peculiaridades da clientela da educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em
classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever
constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos,
durante a educação infantil.
Art. 59. Os
sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicas, para atender as suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os super dotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como os professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no mercado de trabalho competitivo, mediante articulação com os orgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicas, para atender as suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os super dotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como os professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no mercado de trabalho competitivo, mediante articulação com os orgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60. Os
órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de
caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializados e
com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
financeiro para o Poder Público.
Parágrafo único. O
Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do
atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública
regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste
artigo.
PORTARIA nº 1.679,de 2 de Dezembro de 1999
Dispõe
sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para
instruir os processos de autorização e de reconhecimento de cursos, e de
credenciamento de instituições.
O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO,
no uso de suas atribuições, considerando o disposto na Lei nº 9.131, de 24 de
novembro de 1995, na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no Decreto nº
2.306, de 19 de agosto de 1997, e considerando ainda a necessidade de assegurar
aos portadores de deficiência física e sensorial condições básicas de acesso ao
ensino superior, de mobilidade e de utilização de equipamentos e instalações
das instituições de ensino.
RESOLVE:
Art.
1º Determinar que sejam incluídos nos instrumentos destinados a avaliar as
condições de oferta de cursos superiores, para fins de sua autorização e
reconhecimento e para fins de credenciamento de instituições de ensino
superior, bem como para sua renovação, conforme as normas em vigor, requisitos
de acessibilidade de pessoas portadoras de necessidades especiais.
Art
2º A Secretaria de Educação Superior deste Ministério, com o apoio técnico da
Secretaria de Educação Especial, estabelecerá os requisitos, tendo como
referência a Norma Brasil 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas,
que trata da Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiências e
Edificações, Espaço, Mobiliário e Equipamentos Urbanos.
Parágrafo
único. Os requisitos estabelecidos na forma do caput, deverão contemplar, no
mínimo:
a)
para alunos com deficiência física
–
eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante permitindo
o acesso aos espaços de uso coletivo;
-reserva
de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviços;
-construção
de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de
cadeira de rodas;
-adaptação
de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o acesso de cadeira
de rodas;
-colocação
de barras de apoio nas paredes dos banheiros;
-instalação
de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de
cadeira rodas
b)
para alunos com deficiência visual
–
Compromisso formal da instituição de proporcionar, caso seja solicitada, desde
o acesso até a conclusão do curso, sala de apoio contendo:
-máquina
de datilografia braille, impressora braille acoplada a computador, sistema de
síntese de voz,
-gravador
e fotocopiadora que amplie textos;
.plano
de aquisição gradual de acervo bibliográfico em fitas de ;
-software
de ampliação de tela;
.equipamento
para ampliação de textos para atendimento a aluno com visão subtiormal
-lupas,
réguas de leitura;
–
scanner acoplado a computador;
-piano
de aquisição gradual de acervo bibliográfico dos conteúdos básicos em braille
c)
para alunos com deficiência auditiva
–
Compromisso formal da instituição de proporcionar, caso seja solicitada, desde
o acesso até a conclusão do curso:
-quando
necessário, intérpretes de língua de sinais/língua portuguesa, especialmente
quando da realização de provas ou sua revisão, complementando a avaliação
expressa em texto escrito ou quando este não tenha expressado o real
conhecimento do aluno;
-flexibilidade
na correção das provas escritas, valorizando o conteúdo semântico;
-aprendizado
da língua portuguesa, principalmente, na modalidade escrita, (para o uso de
vocabulário pertinente às matérias do curso em que o estudante estiver
matriculado);
-materiais
de informações aos professores para que se esclareça a especificidade
lingüística dos surdos.
Art.
3º. A observância dos requisitos estabelecidos na forma desta Portaria será
verificada, a partir de 90 (noventa) dias de sua publicação, pelas comissões de
especialistas de ensino, responsáveis pela avaliação a que se refere o art 1º ,
quando da verificação das instalações físicas, equipamentos, laboratórios e
bibliotecas dos cursos e instituições avaliados.
Art.4º
Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
PAULO
RENATO SOUZA
Resolução – 95, de 21-11-2000
Diário Oficial do Estado de São Paulo, de 22 de novembro de 2000
Diário Oficial do Estado de São Paulo, de 22 de novembro de 2000
Dispõe
sobre o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas
da rede estadual de ensino e dá providências correlatas.
A
Secretária da Educação, com fundamento no disposto nas Constituições Federal e
Estadual, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Estatuto da
Criança e do Adolescente e na Indicação nº 12/1999 e Deliberação nº 5/2000 do
Conselho Estadual de Educação, e considerando que:
a
educação especial para atendimento escolar de educandos portadores de
necessidades especiais deve ser realizada, preferencialmente, na rede regular
de ensino, em classes comuns com apoio de serviços especializados organizados
na própria escola ou em centros de apoio regionais; a integração, permanência,
progressão e sucesso escolar de alunos portadores de necessidades especiais em
classes comuns do ensino regular representam a alternativa mais eficaz no
processo de atendimento desse alunado; em função das condições específicas dos
alunos, sempre que não for possível sua integração em classes comuns da rede
escolar, a classe especial deve ser mantida na rede regular ou, ainda, quando
necessário, deverá ser oferecido atendimento por meio de parcerias com instituições
privadas especializadas sem fins lucrativos; a rede estadual já possui formas
diversificadas para atendimento dos alunos portadores de necessidades especiais
e que os paradigmas atuais da inclusão escolar vêm exigindo a reorganização da
educação especial visando a ampliação dos serviços de apoio especializado e a
renovação dos projetos pedagógicos e metodologia de trabalho das classes
especiais, resolve:
Artigo
1º- São considerados alunos com necessidades educacionais especiais aqueles que
apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais
decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente ou
temporário, que resultem em dificuldades ou impedimentos no desenvolvimento do
seu processo ensino-aprendizagem.
Artigo
2º- Os alunos portadores de necessidades especiais, ingressantes na 1ª série do
ensino fundamental ou que venham transferidos para qualquer série ou etapa do
ensino fundamental e médio, serão matriculados, preferencialmente, em classes
comuns do ensino regular, excetuando-se os casos, cuja situação específica, não
permita sua integração direta em classes comuns.
§
1º- O encaminhamento dos alunos portadores de necessidades especiais para
serviços de apoio pedagógico especializado em salas de recursos ou em classes
especiais far-se-á somente após avaliação pedagógica realizada em conformidade
com o disposto na presente resolução.
§
2º- Aplica-se aos alunos da modalidade de educação especial, as mesmas regras
previstas no regimento da escola para fins de classificação em qualquer série
ou etapa, independente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela
escola.
Artigo
3º- O atendimento escolar a ser oferecido ao aluno com necessidades
educacionais especiais, deverá ser orientado por avaliação pedagógica realizada
pela equipe da escola podendo, ainda, contar com o apoio de profissionais da
área da saúde quanto aos aspectos físicos, motores, visuais, auditivos e
psico-sociais.
Artigo
4º- Caberá aos Conselhos de Classe/Ciclo/Série, ao final de cada ano letivo,
aprovar relatório circunstanciado de avaliação, elaborado por professor da
área, contendo parecer conclusivo, acompanhado de fichas de observação,
periódica e contínua, sobre a situação escolar dos alunos atendidos pelas
diferentes modalidades de educação especial.
Parágrafo
único- Em conformidade com o parecer emitido pelo Conselho de
Classe/Ciclo/Série, o aluno poderá ser encaminhado para classe comum, com
atendimento de apoio em sala de recursos ou permanecer na classe especial.
Artigo
5º- Os alunos que apresentarem deficiências com severo grau de comprometimento,
cujas necessidades de recursos e apoios extrapolem, comprovadamente, as
disponibilidades da escola, deverão ser encaminhados às respectivas
instituições especializadas conveniadas com a SE.
Artigo
6º- Para os alunos portadores de necessidades especiais, que não puderem
atingir os parâmetros exigidos para a conclusão do ensino fundamental, as
escolas poderão, com fundamento no inciso II do artigo 59 da Lei 9394/96,
expedir declarações com terminalidade específica de determinada série.
§
1º- A terminalidade prevista no caput deste artigo somente poderá ocorrer em
casos plenamente justificados mediante relatório de avaliação pedagógica,
balizada por profissionais da área da saúde, com parecer aprovado pelo Conselho
de Escola e visado pelo Supervisor de Ensino.
§
2º- A escola deverá se articular com os órgãos oficiais ou com as instituições
que mantenham parcerias com o Poder Público, a fim de fornecer orientação às
famílias no encaminhamento dos alunos a programas especiais, voltados para o
trabalho, para sua efetiva integração na sociedade.
Artigo
6º- Consideradas as especificidades regionais e locais, com o objetivo de
viabilizar gradativamente o disposto na presente resolução, serão organizados
Serviços de Apoio Pedagógico Especializado (SAPEs), no âmbito da Unidade
Escolar, por solicitação desta, anuência da Diretoria de Ensino e da respectiva
Coordenadoria de Ensino.
Artigo
7º- A implementação de Serviços de Apoio Pedagógico Especializado (SAPEs) tem
por objetivo melhorar a qualidade na oferta da educação especial da rede
estadual, mediante uma reorganização que favoreça a adoção de novas
metodologias nas classes especiais bem como a inclusão gradativa do alunado em
classes comuns do ensino regular.
Parágrafo
único- Os Serviços de Apoio Pedagógico Especializado (SAPEs) serão
implementados através de:
I –
turmas com caráter suplementar, para atividades especializadas, desenvolvidas
em sala de recursos específicos, com atendimento por professor especializado,
em horários programados de acordo com as necessidades dos alunos, e, em período
diverso daquele em que freqüentarem as classes comuns da própria escola ou de
unidade diversa;
II- turmas em classes especiais para alunos que, em virtude de condições específicas, não puderem ser integrados às classes comuns do ensino regular,
II- turmas em classes especiais para alunos que, em virtude de condições específicas, não puderem ser integrados às classes comuns do ensino regular,
Artigo
8º – Na organização dos Serviços de Apoio Pedagógico Especializado (SAPEs) nas
Unidades Escolares, observar-se-á que:
I-
o funcionamento diário da sala de recursos será de, no mínimo, um turno de 5
horas diárias consecutivas, para atendimentos individuais ou de pequenos grupos
com turmas entre 10 e 15 alunos, de modo a atender alunos de 2 ou mais turnos;
II- o apoio suplementar oferecido aos alunos em sala de recursos terá como parâmetro o desenvolvimento de atividades que não deverão ultrapassar a 2 horas diárias e a 10 horas semanais para cada aluno;
II- o funcionamento de classe especial será de 5 horas diárias para atendimento de, no mínimo, 10 e, no máximo, 15 alunos de uma mesma área de deficiência.
II- o apoio suplementar oferecido aos alunos em sala de recursos terá como parâmetro o desenvolvimento de atividades que não deverão ultrapassar a 2 horas diárias e a 10 horas semanais para cada aluno;
II- o funcionamento de classe especial será de 5 horas diárias para atendimento de, no mínimo, 10 e, no máximo, 15 alunos de uma mesma área de deficiência.
Artigo
9º – A organização dos SAPEs na unidade escolar, sob a forma de sala de
recursos ou de classe especial, somente poderá ocorrer quando houver:
I-
comprovação de demanda avaliada pedagogicamente;
II- professor habilitado na área;
III- espaço físico adequado, não segregado;
IV- recursos e materiais didáticos específicos.
Parágrafo único – As turmas a serem atendidas pelas salas de recursos poderão ser instaladas para atendimento de alunos de qualquer série ou etapa do ensino fundamental ou médio e as classes especiais somente poderão ser criadas para atendimento de alunos cujo grau de desenvolvimento seja equivalente ao previsto para o Ciclo I.
II- professor habilitado na área;
III- espaço físico adequado, não segregado;
IV- recursos e materiais didáticos específicos.
Parágrafo único – As turmas a serem atendidas pelas salas de recursos poderão ser instaladas para atendimento de alunos de qualquer série ou etapa do ensino fundamental ou médio e as classes especiais somente poderão ser criadas para atendimento de alunos cujo grau de desenvolvimento seja equivalente ao previsto para o Ciclo I.
Artigo
10- Os docentes habilitados para atuarem nos SAPEs serão classificados na
seguinte conformidade:
Faixa
I – portador de Licenciatura Plena em Pedagogia com habilitação na respectiva
área da Educação Especial,
Faixa II – portador de Licenciatura Plena em Pedagogia com cursos de especialização, com, no mínimo, 120 horas na área de Educação Especial;
Faixa III – portador de outras licenciaturas com pós graduação – strictu sensu – na área de Educação Especial;
Faixa IV – portador de diploma de Ensino Médio, com habilitação para o magistério e curso de especialização na área de Educação Especial.
Faixa II – portador de Licenciatura Plena em Pedagogia com cursos de especialização, com, no mínimo, 120 horas na área de Educação Especial;
Faixa III – portador de outras licenciaturas com pós graduação – strictu sensu – na área de Educação Especial;
Faixa IV – portador de diploma de Ensino Médio, com habilitação para o magistério e curso de especialização na área de Educação Especial.
Artigo
11- Caberá ao professor de Educação Especial, além das funções docentes:
I-
participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;
II- elaborar plano de trabalho que contemple as especificidades da demanda existente na unidade e/ou na região, atendidas as novas diretrizes de Educação Especial a serem objeto de oportuna divulgação;
III- integrar os conselhos de classes/ciclos/séries e participar das HTPCs e/ou outras atividades coletivas programadas pela escola;
IV- orientar a equipe escolar quanto aos procedimentos e estratégias de inclusão dos alunos nas classes comuns;
V – oferecer apoio técnico pedagógico aos professores das classes comuns;
VI – fornecer orientações e prestar atendimento aos responsáveis pelos alunos bem como à comunidade.
II- elaborar plano de trabalho que contemple as especificidades da demanda existente na unidade e/ou na região, atendidas as novas diretrizes de Educação Especial a serem objeto de oportuna divulgação;
III- integrar os conselhos de classes/ciclos/séries e participar das HTPCs e/ou outras atividades coletivas programadas pela escola;
IV- orientar a equipe escolar quanto aos procedimentos e estratégias de inclusão dos alunos nas classes comuns;
V – oferecer apoio técnico pedagógico aos professores das classes comuns;
VI – fornecer orientações e prestar atendimento aos responsáveis pelos alunos bem como à comunidade.
Artigo
12- As unidades escolares que não comportarem a existência dos SAPEs, poderão
contar com o atendimento itinerante a ser realizado por professores
especializados responsáveis pelas salas de recursos alocados em SAPEs da
região.
Artigo
13- Caberá às Diretorias de Ensino:
I-
proceder ao levantamento da demanda por das classes especiais e salas de
recursos, objetivando a otimização e racionalização do atendimento mediante o
encaminhamento de alunos para outra escola ou remanejamento de recursos e
equipamentos para salas de unidades escolares sob sua jurisdição;
II- propor a criação de serviços de apoio pedagógico especializado à respectiva Coordenadoria de Ensino;
III- orientar e manter as escolas informadas sobre os serviços ou instituições especializadas existentes na região, mantendo contatos com as mesmas, de forma a agilizar o atendimento de alunos.
II- propor a criação de serviços de apoio pedagógico especializado à respectiva Coordenadoria de Ensino;
III- orientar e manter as escolas informadas sobre os serviços ou instituições especializadas existentes na região, mantendo contatos com as mesmas, de forma a agilizar o atendimento de alunos.
Artigo
14- As situações não previstas na presente resolução serão analisadas e
resolvidas por Grupo Especial de Trabalho, a ser instituído junto ao Gabinete
desta Pasta, e encaminhadas aos órgãos centrais para as providências que se
fizerem necessárias.
Artigo
16 – Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando
revogadas as disposições em contrário, em especial, a Resolução SE 247/86.
CARTA PARA O TERCEIRO MILÊNIO
Esta Carta foi aprovada no dia 9 de setembro de 1999, em Londres,
Grã-Bretanha, pela Assembléia Governativa da REHABILITATION INTERNATIONAL,
estando Arthur O’Reilly na Presidência e David Henderson na Secretaria Geral.
A tradução foi feita do original em inglês pelo consultor de
inclusão Romeu Kazumi Sassaki.
Nós
entramos no Terceiro Milênio determinados a que os direitos humanos de cada
pessoa em qualquer sociedade devam ser reconhecidos e protegidos. Esta Carta é
proclamada para transformar esta visão em realidade.
Os
direitos humanos básicos são ainda rotineiramente negados a segmentos inteiros
da população mundial, nos quais se encontram muitos dos 600 milhões de
crianças, mulheres e homens que têm deficiência. Nós buscamos um mundo onde as
oportunidades iguais para pessoas com deficiência se tornem uma conseqüência
natural de políticas e leis sábias que apóiem o acesso a, e a plena inclusão,
em todos os aspectos da sociedade.
O
progresso científico e social no século 20 aumentou a compreensão sobre o valor
único e inviolável de cada vida. Contudo, a ignorância, o preconceito, a
superstição e o medo ainda dominam grande parte das respostas da sociedade à
deficiência. No Terceiro Milênio, nós precisamos aceitar a deficiência como uma
parte comum da variada condição humana. Estatisticamente, pelo menos 10% de
qualquer sociedade nascem com ou adquirem uma deficiência; e aproximadamente
uma em cada quatro famílias possui uma pessoa com deficiência.
Nos
países desenvolvidos e em desenvolvimento, nos hemisférios norte e sul do
planeta, a segregação e a marginalização têm colocado pessoas com deficiência
no nível mais baixo da escala sócio-econômica. No século 21, nós precisamos
insistir nos mesmos direitos humanos e civis tanto para pessoas com deficiência
como para quaisquer outras pessoas.
O
século 20 demonstrou que, com inventividade e engenhosidade, é possível
estender o acesso a todos os recursos da comunidade ambientes físicos, sociais
e culturais, transporte, informação, tecnologia, meios de comunicação,
educação, justiça, serviço público, emprego, esporte e recreação, votação e
oração. No século 21, nós precisamos estender este acesso que poucos têm para
muitos, eliminando todas as barreiras ambientais, eletrônicas e atitudinais que
se anteponham à plena inclusão deles na vida comunitária. Com este acesso
poderão advir o estímulo à participação e à liderança, o calor da amizade, as
glórias da afeição compartilhada e as belezas da Terra e do Universo.
A
cada minuto, diariamente, mais e mais crianças e adultos estão sendo
acrescentados ao número de pessoas cujas deficiências resultam do fracasso na
prevenção das doenças evitáveis e do fracasso no tratamento das condições
tratáveis. A imunização global e as outras estratégias de prevenção não mais
são aspirações; elas são possibilidades práticas e economicamente viáveis. O
que é necessário é a vontade política, principalmente de governos, para
acabarmos com esta afronta à humanidade.
Os
avanços tecnológicos estão teoricamente colocando, sob o controle humano, a
manipulação dos componentes genéticos da vida. Isto apresenta novas dimensões
éticas ao diálogo internacional sobre a prevenção de deficiências. No Terceiro
Milênio, nós precisamos criar políticas sensíveis que respeitem tanto a
dignidade de todas as pessoas como os inerentes benefícios e harmonia derivados
da ampla diversidade existente entre elas.
Programas
internacionais de assistência ao desenvolvimento econômico e social devem
exigir padrões mínimos de acessibilidade em todos os projetos de
infra-estrutura, inclusive de tecnologia e comunicações, a fim de assegurarem
que as pessoas com deficiência sejam plenamente incluídas na vida de suas
comunidades.
Todas
as nações devem ter programas contínuos e de âmbito nacional para reduzir ou
prevenir qualquer risco que possa causar impedimento, deficiência ou
incapacidade, bem como programas de intervenção precoce para crianças e adultos
que se tornarem deficientes.
Todas
as pessoas com deficiência devem ter acesso ao tratamento, à informação sobre
técnicas de auto-ajuda e, se necessário, à provisão de tecnologias assistivas e
apropriadas.
Cada
pessoa com deficiência e cada família que tenha uma pessoa deficiente devem
receber os serviços de reabilitação necessários à otimização do seu bem-estar
mental, físico e funcional, assim assegurando a capacidade dessas pessoas para
administrarem sua vida com independência, como o fazem quaisquer outros
cidadãos.
Pessoas
com deficiência devem ter um papel central no planejamento de programas de
apoio à sua reabilitação; e as organizações de pessoas com deficiência devem
ser empoderadas com os recursos necessários para compartilhar a
responsabilidade no planejamento nacional voltado à reabilitação e à vida
independente.
A
reabilitação baseada na comunidade deve ser amplamente promovida nos níveis
nacional e internacional como uma forma viável e sustentável de prover
serviços.
Cada
nação precisa desenvolver, com a participação de organizações de e para pessoas
com deficiência, um plano abrangente que tenha metas e cronogramas claramente
definidos para fins de implementação dos objetivos expressos nesta Carta.
Esta Carta apela aos Países-Membros para que apóiem a
promulgação de uma Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência como uma estratégia-chave para o
atingimento destes objetivos.
No
Terceiro Milênio, a meta de todas as nações precisa ser a de evoluírem para
sociedades que protejam os direitos das pessoas com deficiência mediante o
apoio ao pleno empoderamento e inclusão delas em todos os aspectos da vida. Por
estas razões, a CARTA PARA O TERCEIRO MILÊNIO é proclamada para que toda a
humanidade entre em ação, na convicção de que a implementação destes objetivos
constitui uma responsabilidade primordial de cada governo e de todas as
organizações não-governamentais e internacionais relevantes.
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